quinta-feira, 24 de abril de 2014

PÁSCOA

Mt 28.1-10 Tema: “Ide avisar aos meus irmãos”
Falar sobre o túmulo vazio que a leitura do evangelho nos diz no dia de hoje é sempre muito especial, pois ali está toda a nossa vida, nosso perdão, nossa esperança. Um túmulo vazio representa para nós alivio. Não temos como não ficarmos como as mulheres que foram até o túmulo. Diz o texto: “tomadas de grande alegria, correram a anunciá-lo aos discípulos”. Se há um dia alegre, é esse, de Jesus sair da sepultura. Mas quero enfatizar de uma forma especial as palavras de Jesus ditas as mulheres: “Não temais, ide avisar aos meus irmãos”. Que o Senhor na sua graça nos ampare, nos faça crescer na fé e na certeza da vida eterna. Mandar recados. Nós somos acostumados a fazer isso. Muitas vezes já o fizemos. Por exemplo: “manda o recado para o fulano por que amanhã vou na casa dele”. Ou senão: “deixe um recado para o fulano vir buscar aquilo que ele encomendou”. Gostamos de deixar recados. Jesus está diante das mulheres e ele manda um recado para os seus discípulos. Ele diz: “Ide avisar a meus irmãos que se dirijam a Galiléia, e lá me verão”. Mas este não é um recado qualquer. É um recado que certamente trouxe grande consolo para os discípulos. Jesus manda este recado aos discípulos, mas onde eles estavam? Onde estavam os discípulos??? “Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos, com medo dos judeus...”. Jo 20.19. Os discípulos estavam trancados, com as portas fechadas provavelmente no mesmo lugar em que juntos com Jesus tomaram a Ceia da Páscoa. Tinham medo de ter o mesmo fim de Jesus, ou seja, morrerem. Mas precisamos nos lembrar de alguns detalhes muito importantes. Os discípulos haviam abandonado o seu mestre. Eles haviam deixado Jesus. Hoje nós diríamos que eles foram praticamente traidores. Lá no Getsêmani eles dormiram quando Jesus pediu para que vigiassem e orassem. Quando Jesus foi preso os discípulos a não ser Pedro, abandonaram Jesus e nada fizeram. Certamente fugiram de medo e pavor. Jesus sofre um abandono total. Mesmo o Pedro que havia tentado defender Jesus com a espada no Getsêmani, cortando a orelha do soldado, depois mesmo diante do aviso de Jesus nega o seu mestre por três vezes e então o galo canta. Jesus sofre também com esse abandono que ele tem dos seus discípulos. Todos os discípulos fugiram de medo. O evangelho de Marcos, no mesmo relato nos traz algo importante. Diz: “Ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro...”. Mc 16.7. Jesus pede para avisar a Pedro em especial, aquele Pedro que o havia negado por três vezes. Os discípulos negam, abandonam, deixam Jesus, e mesmo assim, Jesus depois da sua ressurreição manda um recado para eles. Se Jesus agisse pela lei dos homens, estes agora 11 discípulos estariam realmente perdidos, pois certamente seriam mortos por causa do abandono. Mas não! Jesus manda o recado e diz: “Ide avisar a meus irmãos que se dirijam a Galiléia, e lá me verão”. Vejam que importantes estas palavras. Avisar a meus irmãos. Jesus chama aqueles traidores, aqueles que negaram a Jesus, os medrosos discípulos de irmãos. A ressurreição de Jesus absolve os discípulos que o abandonaram. Mesmo os discípulos tendo fugido naquele momento da prisão e depois terem se escondido de medo, Jesus não olha mais para isso, mas olha agora para a fé destes discípulos e os chama a fé, para que creiam e sejam testemunhas. A ressurreição de Jesus absolve a Pedro da negação. Pedro continua sendo discípulo mesmo depois de ter negado a Jesus. Quanto conforto Pedro não sentiu diante destas palavras. A ressurreição de Jesus mostra afetividade. Jesus não diz: mulheres vão lá e avisem aqueles que eram meus discípulos, aqueles covardes. Não Jesus diz: meus irmãos. Em Hebreus diz: “Pois tanto o que santifica, como os que são santificados, todos vem de um só. Por isso é que ele não se envergonha de lhes chamar de irmãos” Hb 2.11 Jesus não tem vergonha de chamar os discípulos de irmãos. Ele tem prazer em dizer isso. Jesus não tem vergonha de chamar as mulheres de irmãs. Ele tem prazer nisso. Porque a ressurreição absolve, perdoa. Agora vamos nós refletirmos um pouco como discípulos que somos, todos nós. Muitas e muitas vezes nós também abandonamos o mestre. Medos dos mais diversos e das mais diversas situações nos levam a nos esquecermos de Jesus. Confiamos mais em nós mesmos do que em Jesus. Há um hino que diz: “Que segurança, sou de Jesus”, mas muitas e muitas vezes nós procuramos segurança em outros lugares e nos trancamos como os discípulos e esquecemos que a segurança está em Jesus. Quando tudo está estável então abandonamos a Deus, negamos a Jesus, achamos que podemos tudo sozinhos. Escondemos-nos dentro de um mundo e achamos que estamos bem e que não precisamos de mais ninguém. Apesar disso, Jesus continua mandando recados a nós. Ele vem até junto de nós, e nos manda os seus recados, não pelas mulheres que o seguiam, mas pela sua palavra que os discípulos escreveram. Jesus está mandando um recado para você hoje. Ele está lhe chamando de irmão. Isto mostra que a ressurreição absolve a todos nós. Hoje nós somos irmãos de Jesus. E isto somente é possível por aquilo que aconteceu neste domingo, que é a ressurreição. O anjo disse: “Ele não está aqui: ressuscitou!”. Ide avisar a meus irmãos. Jesus vem até nós como um irmão, que saiu do túmulo. A ressurreição nos dá uma nova esperança, um segurança em meio aos nossos medos e incertezas. Jesus ressuscitando, não nos abandona, mas nos defende do poder do diabo, do mundo e nos perdoa e fortalece. A ressurreição de Jesus nos absolve, nos perdoa e nos dá a verdadeira esperança da salvação. “Ide avisar a meus irmãos”, este é o recado que Jesus nos manda. Avise aos irmãos que eu estou vivo, de que irei encontrar vocês na Galiléia. Avise a meus irmãos de que eu ressuscitei e isto dá a todos vocês a firme certeza do perdão. Jesus hoje diz: “Estou vivo”. Avise a meus irmãos, que assim como eu saí da sepultura, vocês também vão sair. Avise a meus irmãos, que vou me encontrar com eles no reino celestial. Amém. Valdecir Jair Much, Joinville, 20 de Abril de 2014.

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