quarta-feira, 28 de setembro de 2011

DÉCIMO QUINTO DOMINGO APÓS PENTECOSTES

DÉCIMO QUINTO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
Sl 25.1-10
Fp 2.12-18
Mt 21.23-32

Tema: A nossa vida não é feita de boas intenções, mas de arrependimento.
"Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Eu não quero; depois, arrependido foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?". Mt 21.28-30.
Boas intenções. O que é uma intenção – é ter um alvo. Eu quero chegar a tal lugar. Falando da mensagem do culto, tenho a intenção de fazer, com que vocês vejam que só boas intenções não bastam. Precisamos de algo mais do que boas intenções.
Para entendermos melhor, por exemplo: Eu tenho intenção de visitar um irmão na fé que está doente, mas devido algumas dificuldades não fui. Só intenção não ajuda em nada. A boa intenção, se não vier acompanhada da ação é como o “quase”.
O “quase” acompanha a nossa vida. Se pensarmos bem, o “quase” é meio caminho andado. Quase salvo – ainda está perdido. Quase curado – ainda está doente. Quase crê em Jesus – ainda não crê em Jesus. Só a boa intenção não leva a nada.
Olhemos para o texto do evangelho do dia. Vejam que um dos filhos teve a boa intenção, quando foi convidado por seu pai para trabalhar na vinha. Mas quando chegou a hora de ir trabalhar, não foi. Ele quase foi, mas no fim desistiu.
Jesus está respondendo uma pergunta que havia sido feita pelos “principais sacerdotes e os anciãos do povo”. Essas lideranças da época tinha a intenção de fazer com que Jesus dissesse alguma coisa que pudesse ser usada contra ele.
Falando nos principais sacerdotes, nos escribas, nos anciãos, eram pessoas de muitas e boas intenções, mas todas elas com objetivos errados. Eles seguiam a risca a Lei de Moisés, ou seja, os cinco primeiros livros da Bíblia. Conheciam os profetas como Isaias, Jeremias, etc... Participavam regularmente da sinagoga. Ofertavam seus dízimos regularmente. Davam esmolas aos pobres. Oravam regularmente. Mas tudo isso era feito com uma intenção errada. Eles pensavam que podiam comprar Deus com suas ações. Eles tinham boa intenção, mas com objetivo errado.
Deus é um Deus que não enxerga apenas o externo, mas sim o interno, as intenções das pessoas. Deus vê o coração. Essas pessoas achavam que eram superiores a todos, que eram perfeitos, que não eram pecadores. Jesus compara estes “principais sacerdotes e anciãos” aos que tinham boa intenção, mas não cumpriam a vontade do Pai.
Eles eram como o filho que diz: “Sim, senhor, porém não foi”.
Olhemos um pouco para a nossa vida. Todos que aqui estão tiveram intenção de vir a igreja, mas outros, tiveram intenção e não vieram. Existe diferença entre isso? Nós também muitas vezes temos intenções das mais diversas, em relação a família, igreja, trabalho. Sempre levamos a sério estas intenções?
Em nossa família temos a intenção de sempre orar antes das refeições. Em nossa casa temos a intenção de ler a palavra de Deus e nela meditar. Isso é feito? Não adianta só ter intenção, precisa ter ação. A intenção precisa ser concretizada. A pior coisa é ter intenção, vontade, dizer que vai, e depois não cumpre o que disse. Nós como filhos que somos chamados a trabalhar na vinha do Senhor, muitas vezes temos a intenção, mas fica somente nisso. Isso não se assemelha a nossa vida?
Mas o pai tem outro filho, e, ele vai e faz o mesmo convite. O outro filho, porém, logo responde: Não quero.... Esse segundo filho revela exatamente como é o ser humano espiritualmente. Mas há um detalhe que muda, “depois, arrependido, foi”. Isso já aconteceu com vocês? Creio que sim, pois todos nós somos como esse segundo filho.
Muitas vezes falamos muito, dizemos que não vamos, que não iremos fazer, que não é assim, que isso, que aquilo, mas depois, pensando melhor, re-avaliando a situação, acabamos fazendo, indo, ajudando.
Houve arrependimento. Houve mudança. Não houve somente intenção, houve ação. O segundo Filho, depois de pensar, arrependido foi e trabalhou na vinha do seu pai. Mesmo diante da recusa, ele foi e agiu.

Jesus fala isso aos principais sacerdotes e anciãos, que se consideravam os filhos de Deus, enquanto que, os outros, publicanos, meretrizes, eram os pecadores condenados ao inferno. Era a idéia da época.
Jesus diz aos principais sacerdotes e anciãos, que eles eram como o primeiro filho, que diziam sim, se consideravam muito, mas não faziam a vontade de Deus. Enquanto que os publicanos e as meretrizes, eram aqueles que estavam dizendo não para muitas coisas, especialmente para Deus, mas em ouvindo Jesus, arrependem-se, mudam de vida.
Podemos usar como exemplo de publicano, o Zaqueu, que conforme a Bíblia: “maioral do publicanos e rico”. Lc 19.2. Era um daqueles que dizia não para Deus, mas que ouvindo falar de Jesus, subindo na árvore, e tendo o próprio Jesus em sua casa, agora, vai e trabalha na vinha do seu Pai celeste.
Podemos usar como exemplo de meretriz, a mulher que lavou os pés de Jesus com suas lágrimas e enxugou com os cabelos. Essa mulher pela sua vida disse: Não! Mas, com a presença de Jesus, ouve as palavras do Salvador: “Tua fé te salvou, vá e não peques mais”.
Muitas vezes somos o primeiro filho, que diz sim, mas depois não agimos, não fazemos, não cumprimos com aquilo que prometemos. Outras vezes somos como o segundo filho, e logo dizemos: não! Mas, depois, nos arrependemos do que dizemos, do que fizemos, e vamos lá e fazemos.
Às vezes temos a melhor das boas intenções, mas não quer dizer que estejamos corretos. Pedro na boa intenção diz para Jesus que não era necessário Ele morrer. Diante disso Jesus o repreende.
Precisamos mais do que boas intenções. Precisamos ver se aquilo que vamos fazer está de acordo com a vontade de Deus.
Nós dizemos não! para Deus em nossas atitudes, em nossas palavras. O pecado que habita em nós sempre nos vai levar a fazer isso.
Diante dessa situação em que nós vivemos, somos chamados por Jesus a nos arrependermos, a buscarmos ajuda em Deus para corrigirmos a nossa vida.
Deus providenciou para nós o perdão. Diante das nossas intenções erradas nós temos alguém que veio ao mundo com a intenção única de nos salvar. Deus vendo a humanidade que até tem a intenção de agradar a Deus, mas não consegue. Deus vendo que muitas vezes dizemos não! para ele, envia Jesus Cristo ao mundo com uma intenção bem definida, a de morrer na cruz por nós.
Jesus não fica somente na intenção, mas o ato de morrer na cruz, de ressuscitar, nos dá o perdão, nos leva a não termos somente a intenção de sermos filhos de Deus, de ouvir sua palavra, de fazermos nossas orações, mas de agirmos como filhos de Deus.
A intenção de Deus é de salvar você. Deus não fica somente na intenção. Diz a palavra do Senhor: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos”. Gl 4.4-5. A intenção de Deus se concretiza, em nos tornar seu filhos e herdeiros da salvação.
Segundo a parábola, existem dois tipos de filhos. Aqueles que dizem sim para tudo, mas não cumprem a vontade de Deus, e, aqueles que dizem não, mas se arrependem e buscam em Deus a salvação. Qual filho você é? Deus deu para você uma nova vida. Portanto, viva em arrependimento.
Só boa intenção não adianta. Por isso, busque em Deus ajuda, entregue tua vida nas mãos do Senhor. Seja como o segundo filho, mesmo que muitas vezes dizemos “não” para Deus com nossos pecados, mesmo que tenhamos intenções erradas, mas arrependidos busquemos em Deus ajuda o amando de fato e de verdade. Amém.

Valdecir Jair Much – Catanduvas, 24 de setembro de 2011.

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