QUARTO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
Sl 65
Rm 8.12-17
Is 55.10-13
Mt 13.1-9; 18-23
Tema: Guiados pelo Espírito de Deus não somos escravos, mas filhos.
“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”.
Primeira campanha ateísta do Brasil é lançada em Porto Alegre. “A fé não dá respostas, só impede perguntas”. Imagem: uma pessoa presa, com as mãos passando pela grade e segurando uma Bíblia. A fé prende. Escraviza.
Cada vez mais a fé cristã está sendo atacada. A razão sempre está sendo colocada em alta. Diante disto estamos nós, - vivendo pela fé, orientando a nossa vida pela palavra de Deus. E pelas palavras de hoje, nós vamos ver que não estamos presos, não somos escravos, mas somos livres.
Pela palavra de Deus em nosso culto de hoje, vemos que a nossa vida não é guiada pela razão simplesmente, mas guiada pelo Espírito de Deus, o que nos torna filhos de Deus, herdeiros da Salvação.
No geral as pessoas pensam que um cristão não pode fazer o que um não-cristão pode fazer. Essa é a visão de igreja que se tem por aí. Essa é uma visão de prisão, de escravidão.
Hoje temos os escravos da religião – muitas pessoas hoje vivem a sua vida como escravos, dentro das igrejas. Não pode isso, não pode aquilo. Jesus diz que somos devedores, mas não da lei, e sim do Espírito de Deus. A nossa vida é orientada pelo Espírito de Deus, e não por leis humanas.
“Para liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão”. Gl 5.1.
Nós temos Jesus que nos livra da escravidão: Jo 8.34-36. O Filho Jesus nos libertou da escravidão. Nós somos Filhos, e como Filhos nós vivemos nossa vida orientada pelo Espírito Santo de Deus.
A nossa vida necessariamente precisa ser guiada pelo Espírito Santo de Deus. Os que têm a vida guiada pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus. O apóstolo Paulo fala as palavras do Senhor: “Quero dizer a vocês o seguinte: deixem que o Espírito de Deus dirija a vida de vocês e não obedeçam aos desejos da natureza humana”. Gl 5.16.
Temos então os frutos do Espírito de Deus que nos ensinam a viver corretamente e não nos deixam em dívida: amor, alegria, bondade, fidelidade, paz, etc...
Temos os frutos da carne: impureza, idolatria, feitiçaria, inimizade, ciúmes, discórdias, bebedeiras, etc...
“O que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna”. Gl 6.8.
“...se vocês viverem conforme a natureza humana, vocês vão morrer espiritualmente....”. Rm 8.13. Nós somos muito tentados ainda a vivermos como pessoas do mundo. Nós podemos tudo, mas nem tudo nos convém fazer. Ainda existe a escravidão. No texto aparece o termo: “carne”, palavra que mostra para nós a natureza humana, o pecado.
Temos hoje a ganância. A falta de amor pela palavra de Deus, a semente. Vemos pessoas tendo tempo pra tudo menos para Deus. Vemos muitos esbanjando dinheiro em muitas coisas, mas não ofertam para Deus. Ainda a carne quer nos dominar e escravizar.
Agora o texto fala que pelo Espírito Santo de Deus precisamos mortificar, ou seja, matar o pecado, acabar com o pecado em nossa vida. Por isso a nossa vida não é regida por leis que dizem: não isso, ou não aquilo, mas nossa vida é regida pelo amor, alegria, paz, bondade, fidelidade, ou seja, os Frutos do Espírito Santo. Estes esmagam o pecado, afastam ele de nós.
Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. v.14. Nós somos filhos de Deus. Ter a vida guiada pelo Espírito de Deus quer dizer uma vida orientada pela palavra do Senhor, que nos liberta da lei.
Como somos guiados pelo Espírito de Deus? Neste momento encontramos a importância da semente da palavra de Deus.
O espírito de Deus não nos escraviza, mas adota – v.15. Nós não somos escravos de Deus, mas sim, fomos adotados, “espírito de Adoção” como filhos de Deus.
Na época em que esta palavra foi escrita, a adoção de meninos era uma prática comum, especialmente na classe superior dos senadores. O estímulo para a prática vinha da necessidade de se ter um herdeiro masculino. No período imperial, o tempo do apóstolo Paulo, os imperadores lançavam mão deste recurso para garantir uma boa sucessão por meio de um filho adotado. Um dos imperadores contemporâneos de Paulo, Tibério (reinado: 14-37 A.D.), era um adotado. Seu pai era César Augusto, outro adotado.
O menino adotado geralmente era o mais velho numa família, esperando-se que fosse saudável. O adotado recebia o nome da nova família, mas mantinha o nome da família original no sobrenome do meio. O adotado era um privilegiado porque desfrutava de relacionamentos com duas famílias.
O filho adotivo, portanto, era alguém escolhido por seu pai adotivo para herdar seu nome e sua propriedade. Não era menor que o filho gerado pelo pai; era maior.
Nós somos adotados por Deus. Nós recebemos o “espírito de adoção”. Essa adoção para nós é a filiação. Se a nossa vida é guiada pelo Espírito de Deus, nós podemos ter a plena certeza de que somos filhos de Deus. Deus nos escolheu para sermos seus filhos. Somos o povo de Deus.
Nós como Filhos de Deus, adotados, por Deus por meio da ação de Jesus Cristo. Gl 4.4-7.
Temos também uma herança para nós. Jesus é o único Filho de Deus, todos nós somos adotados por Deus, mas temos o mesmo direito, pois somos “co-herdeiros com Cristo”.
A fé cristã não escraviza, mas liberta da escravidão. A fé cristã não prende, mas abre as portas da cadeia. Nós não somos escravos de Deus. A nossa fé é uma resposta ao amor de Deus.
Muitas vezes ainda vamos ser tentados a viver conforme a natureza humana, pela carne, mas cuidado com isso, pois o viver pela carne leva a morte, e morte eterna.
Por isso, queridos irmãos, deixem que o Espírito de Deus guie a vida de vocês todos os dias, pois guiados pelo Espírito de Deus vocês são filhos de Deus. Amém.
Valdecir Jair Much – Catanduvas, 09 de julho de 2011.
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