SEGUNDO DOMINGO DA PÁSCOA
Sl 148
At 5.29-42
1Pe 1.3-9
Jo 20.19-31
Tema: Jesus alegra os discípulos com sua paz.
“Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco!... Alegraram-se, portanto, os discípulos ao verem Jesus”. Jo 20.19-20.
Existem situações na vida, onde podemos estar envolvidos em grande tristeza. Certamente vocês já passaram por isso. Estavam tristes, com dificuldade de entender alguma coisa, magoados, cabisbaixos, mas a presença de alguém, de alguma pessoa, mudou esse estado de tristeza em alegria.
Jesus antes da sua morte e ressurreição disse: “Em verdade, em verdade eu vos digo que chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria”. Jo 16.20
No evangelho os discípulos estavam tristes, mas se alegram com a presença de Jesus que se mostrou vivo a todos. Assim, Jesus alegra os discípulos com a sua presença concedendo a eles a paz.
O evangelho do dia nos leva a olhar para Jesus e a sua ação após a ressurreição, aparecendo aos discípulos, alegrando a todos com a sua paz. Ao contrário do que muitos pensam o personagem principal deste texto não é Tomé, e sim Jesus, que fortalece os discípulos na alegria da paz, da ressurreição para a vida eterna.
Antes de qualquer olhar, atitude, Jesus fala: “Paz seja convosco”. Jesus tranqüiliza aos discípulos, acalmando eles que estavam tão amedrontados, desconfiados de tudo o que estava acontecendo. Também o lado emocional de terem abandonado Jesus, a tristeza pela morte. Tudo isso acaba com as palavras de Jesus anunciando a eles a paz.
Jesus não entra no lugar onde eles estão para acusá-los, mas sim para animá-los e fortalece-los na fé, na certeza da ressurreição.
Os discípulos tinham ido até a sepultura. O evangelho de João nos fala de Pedro e João que foram e viram os lençóis, mas não viram o Senhor. Jesus aparece então aos discípulos anunciando a paz, e ao mesmo tempo os fortalecendo na certeza da ressurreição. Jesus chega no meio deles e “mostrou as mãos e o lado”. Jo 20.20. Jesus está dizendo a eles que não era um farsante, mas sim o verdadeiro salvador, que como havia prometido que iria ressuscitar no terceiro dia. As mãos furadas e o ferimento do lado são a prova de que é Jesus.
Tanto a paz de Jesus, como a certeza da ressurreição fortaleceu os discípulos. Diz o texto que com isso: “Alegraram-se os discípulos”. Jo 20.20. Jesus não abandonou os seus queridos discípulos, porém, antes os fortaleceu.
Claro, que há o discípulo faltante. Onde está Tomé. Atrasou-se? Quando Tomé chega, os discípulos logo contam para ele. Mas isso é pouco. Há pessoas ainda como Tomé. Só ouvir é pouco, precisam ver. Essas pessoas segundo a palavra de Deus não são Bem-aventuradas, pois a razão ainda fala mais alto que a fé.
Jesus não abandona o discípulo faltante. Jesus busca a Tomé, vai ao seu encontro. Jesus poderia ter dito que não voltaria mais, mas Jesus é o Bom Pastor, que acolhe a todas as suas ovelhas. Jesus repreende a falta de confiança de Tomé, pois, ele havia dito que somente iria acreditar se pudesse colocar o dedo nas feridas.
Jesus novamente vem, anuncia a paz e diz a Tomé: “Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos...”. Jo 20.27.
A ação de Jesus é de perdoar – paz seja convosco. A ação de Jesus é de fortalecer na fé, mostrando o lado e as mãos para que todos creiam que ele ressuscitou.
A nossa ação nem sempre é esta. Quantas vezes deixamos de anunciar uma mensagem de paz. Não ajudamos as pessoas na sua falta de fé. Jesus nos envia para anuncia a paz. “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio”. Jo 20.21. Jesus diz: “Perdoem”.
Às vezes, diante de situações de falta de amor a Deus de algumas pessoas, chegamos a dizer: Esse não tem mais jeito mesmo. Nós somos chamados e enviados por Deus para anunciar a paz. Somos chamados para acolher. Servimos porque Ele (Jesus) nos serviu primeiro. Amamos, porque Ele (Jesus) nos amou primeiro.
Outras vezes somos um pouco Tomé em relação à ressurreição.
A dúvida a respeito da ressurreição ainda está presente na vida de muitos. Ainda quer se ver para acreditar. Mesmo dentro da igreja cristã, onde a base é a ressurreição de Jesus, muitos acreditam em reencarnação.
A influência da reencarnação é muito grande. Talvez porque está se falando muito na TV. Filmes, novelas. Talvez porque pessoas influentes acreditam na reencarnação e muitos acham que está na moda. A reencarnação não traz consolo nenhum, pois nenhuma pessoa jamais vai alcançar perfeição para ter uma vida eterna. Muitos pensam que só fazem coisa boa. De boas intenções o inferno está cheio.
A perfeição está na ressurreição de Jesus, que tira o nosso corpo da morte e nos dá a vida que jamais termina, perfeita, completa. Teremos um novo corpo, uma nova vida.
Hoje, a ação de Jesus é de continuar vindo até nós, para nos estender a sua paz, tirando de nós o peso do pecado, da culpa, da condenação. Por isso, “bem-aventurados os que não viram e creram”. Jo 20.29. A epístola do dia diz que mesmo que não temos visto, amamos o Senhor, ou seja, confiamos no seu amor.
Jesus estende a sua paz a nós pela palavra da Salvação nos chamando de bem-aventurados, de felizes, pois não vimos e cremos.
De tristeza em alegria. É assim a nossa vida diante de Deus. Os pecados nos entristecem nos jogam para baixo. Quando deixamos de anunciar a paz, quando temos dúvida sobre a ressurreição, somos entristecidos pela vida e pelas dúvidas, mas a alegria da paz de Jesus vem a nós mais uma vez.
Jesus vem hoje até nós e diz: “Paz seja convosco”.
Quando estivermos cabisbaixos, tristes pelas situações da vida, pode ter certeza, alguém vai te fazer sorrir novamente. Vocês vão ficar tristes, diz Jesus, mas a tristeza vai se converter em alegria. Jesus nos alegra com a sua paz.
Essa é a mensagem da páscoa ainda presente em nosso coração. Nós ficamos tristes com a morte de Jesus, pois era necessária, mas nos alegramos com a sua ressurreição. Amém.
Valdecir Jair Much – Catanduvas, 29 de abril de 2011.
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