terça-feira, 12 de abril de 2011

MENSAGEM QUINTO DOMINGO DA QUARESMA

QUINTO DOMINGO DA QUARESMA
Sl 130
Rm 8.1-11
Jo 11.1-3 e 17-27

Tema: Jesus, a ressurreição e a vida.

Na semana passada, morreu o ex vice-presidente da Republica, José Alencar. Ele vinha lutando contra um câncer por muitos anos. Era uma pessoa querida no mundo político, sendo admirado por muitos. Também na semana passada morreu um pastor da IELB, chamado Martin Heimann. Não era tão conhecido talvez para nós, mas uma pessoa que entregava a sua vida nas mãos do Senhor, confiando sempre no seu amor.
Poderíamos fazer uma enorme lista de pessoas que morreram nestes últimos dias. Só no dia de hoje, quantos morreram? Nenhum de nós está livre da morte, pois não existe imunidade frente a ela. A morte é algo que está a nossa frente e não conseguimos fugir dela. Assim, precisamos de alguém que nos livre não da morte física e, mas, da morte eterna. Isto só Jesus consegue fazer, pois ele é a ressurreição e a vida. “Eu sou a ressurreição e a vida”.
No evangelho do dia nós temos um caso de doença e morte. Um homem chamado Lázaro, irmão de Maria e de Marta, amigo de Jesus morava num lugar chamado Betânia, um pequeno povoado que ficava perto de Jerusalém. Lázaro fica doente, e cada dia que passa fica pior. Os médicos já não sabem mais o que fazer.
As irmãs de Lázaro, vendo a situação de seu irmão, mandam um recado para alguém que pode ajudar: “Senhor, está enfermo aquele a quem amas”. Parece apenas uma informação, mas nós sabemos que na realidade, quando uma pessoa está muito doente, sempre tem o desespero dos familiares em fazer alguma coisa. Na verdade estavam dizendo: “Venha logo Jesus, pois nosso irmão está muito doente”.
Jesus demora em ir até a casa de Lázaro. No versículo 4 é explicada essa demora: “Ao receber a noticia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado”. Jo 11.4. Jesus demora em ir até a casa de Lázaro, para poder operar mais um de seus milagres, para que Deus fosse exaltado e certamente para que muitos cressem em Jesus como o Salvador, ou como nos diz o texto do dia, a ressurreição e a vida.
Quando Jesus chega, Lázaro já estava sepultado fazia quatro dias. Marta houve falar que Jesus está vindo e vai ao seu encontro. Marta se encontra com Jesus e como era inevitável logo questiona Jesus sobre o seu possível atraso. “Senhor, se estivaras aqui, não teria morrido meu irmão”. Jo 11.21.
A morte causa desapontamentos com Deus. É interessante que as pessoas num geral culpam Deus por causa da morte. Muitas vezes ouvimos diante da sepultura, ou diante da morte as pessoas dizendo por que Deus fez isso ou permitiu que isso acontecesse? Porque essa pessoa teve que sofrer tanto? Os bons morrem e os ruins ficam! “Nenhum pai merece enterrar o seu filho!”. São algumas perguntas e afirmações. Muitos hoje estão nos cemitérios praguejando contra Deus por não confiarem na ressurreição. Quantos são como Tomé no dia da ressurreição dizendo que não acreditam na ressurreição.
Na verdade a morte não é uma ação de Deus, e assim, ela entra no mundo por causa da desobediência do ser humano, por causa do pecado, pois como nos diz o apóstolo Paulo: “O salário do pecado é a morte”. Rm 6.23.
Marta fica triste porque o Senhor não chegou a tempo. E, além disso, porque eles tinham avisado a Jesus. Maria nem mesmo vai ao encontro de Jesus, porque a casa estava cheia e porque a tristeza tinha abatido a sua alma. “Maria, porém, ficou sentada em casa”. Jo 11.20. Hoje muitos dizem, nós oramos tanto, e mesmo assim Deus não nos ouviu.
Jesus conversando com Marta diz a ela que seu irmão não iria ficar na sepultura, mas que ele iria ressurgir. Assim como nós confessamos que cremos na “ressurreição da carne”, assim Marta também diz que seu irmão Lázaro iria ressuscitar no último dia, conforme nos fala o profeta Isaias: “Os vossos mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão”. Is 26.19.
Mas Jesus na verdade tinha outro propósito e objetivo. Jesus não tinha atrasado por acaso e muito menos tinha se esquecido do seu querido amigo Lázaro. Jesus também não se esquece de nenhum daqueles que já partiram, porque nós não vamos morar eternamente neste mundo. Nunca é tarde para Jesus. Quando estão a caminho da casa de Marta e Maria, Jesus diz aos seus discípulos que Lázaro já estava morto, mas que estava alegre porque os discípulos não estavam lá para que pudessem crer em Jesus e no milagre que estava por vir.
Eu sou a ressurreição e a vida, são as palavras de Jesus. Jesus chama toda a atenção para si. Jesus pede a Marta, que estava desapontada, se ela acreditava nestas palavras e ela responde: “Sim, Senhor, respondeu ela, eu tenho crido que tu és o Cristo o Filho de Deus que devia vir ao mundo”. Jo 11.27.
Diante das palavras de Jesus e de sua ação, ou você crê, ou você não crê. Jesus ressuscitou a Lázaro, e todos certamente ficaram muito felizes. “Muitos, pois, dentre os judeus...vendo o que fizera Jesus, creram nele. Outros, porém, foram ter com os fariseus e lhes contaram dos feitos que Jesus realizara”. Jo 11.45-46. Uns creram e outros planejavam a morte de Jesus. Não creram. Hoje, muitos crêem em Jesus e outros não. E, mesmo que Jesus viesse e ressuscitasse alguém, muitos ainda não creriam.
Na verdade Jesus queria que todos confiassem nele como o Salvador, e nos chama a atenção para a ressurreição dos mortos. Jesus espera quatro dias para mostrar a sua obra salvadora as pessoas.
Jesus com essa ressurreição não está querendo dizer para nós que hoje ainda alguém vai ressuscitar depois de quatro dias, ou que alguém vai ressuscitar algum morto. Jesus não nega a realidade da morte. Ele mesmo diz: “Quem crê em mim, ainda que morra, viverá”. Jo 11.25. Nós vamos morrer. Lázaro morreu. Todo mundo morre.
A nova vida somente surge quando outra sucumbe. Paulo fala que é como a planta, por exemplo, o milho, que precisa morrer para que a sua semente então produza nova vida. A morte permanece, e Jesus morre na cruz. Verdade é que a morte não consegue segurar Jesus, justamente porque ele disse que é a ressurreição e a vida.
Mesmo assim, a Páscoa não elimina a sexta-feira Santa. A morte de Jesus era necessária para a nossa Salvação. A morte permanece, pois ela é o salário do pecado, mas o apóstolo não termina assim o seu versículo. Ele continua: “mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Rm 6.23.
Jesus disse: Eu sou a ressurreição e a vida... ainda que morra, viverá. Cada dia que passa, é um dia a menos que nós temos de vida aqui no mundo. Na verdade podemos dizer que não estamos envelhecendo, mas estamos mais perto da vida eterna. A própria Bíblia nos fala que é “sábio pensar na morte”. Ainda que vamos morrer, nós viveremos. Há uma vitória prometida no fim de tanta dor, é a ressurreição e a vida eterna.
É importante sempre termos em nossa mente, que um dia vamos ser nós, como Lázaro, deitado na sepultura, como José Alencar, e tantos outros. Prolongar a vida até se prolonga, mas ninguém pode contra a morte, ah, melhor, um pode contra a morte, e esse é Jesus. “Onde está ó morte a tua vitória?”. 1Co 15.55.
Por mais “bicho papão” que a morte possa nos parecer, a palavra final é daquele que diz: “Eu sou a ressurreição e vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim nunca morrerá, eternamente”. Você crê nisso? Amém.


Valdecir Jair Much – Catanduvas, 09 de abril de 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário